Documentário Meus Negros, Minhas Negras

Olha só, sempre acontecem coisas inesperadas e muito prazerosas. Como oficineiro do Ponto de Cultura “Arte na Periferia” fui encumbido de roterizar e produzir um documentário sobre religiões africanas no sul, que demos provisóriamente o título “Meus negros, minhas negras” que confesso roubei do saudoso Deodé (rsrsrsrsrsrs). To ansioso pra poder passar um pouco da nossa visão africanista a comunidade daqui. Torçam pra que dê certo. Queremos tambem filmar em breve uma releitura do texto “Yemanjá quer falar contigo”. Bom quando se une trabalho e amores…no meu caso meu trabalho está retratando o amor religioso…

Perguntas que não calam...

A prefeitura de Rio Grande e a imensa corja deles cederam a um canal de televisão evangélico um terreno sem nenhum custo para que se instalem aqui. Pois bem...vimos desapropiações de áreas públicas onde sem-tetos tentavam uma nova vida...vimos miséria e pouco caso por toda parte...vimos postos de saúde sucateados...vimos projetos sociais maravilhosos que não saem do papel por falta de verba! Tambem quero um terreno senhor Fabio Branco...tambem quero isenção de impostos...tambem quero morder esse bolo delicioso da libertinagem com a verba pública. Amanhã quando o ônibus atrasar...o posto não tiver médico...um exame clinico levar seis meses lembrem-se disso..viva os "shows da fé"...

A força das palavras

Somos uma religião oral, todo conhecimento passado, todo ensinamento, lingua, culinária, lendas, enfim tudo, são transmitidos oralmente...palavras! Nessa nossa experiência na rádio fm, seja no programa religioso como no secular, tenho pensado muito na força e ação devastadora das palavras. Muitas vezes não nos apercebemos como nossas palavras atingem os outros trazendo turbilhões de emoçãos e reações diferentes. Uma palavra, apenas uma, pode trazer sorrisos, lágrimas, frustração e principalmente levar a pensar, o exercício mais lindo do ser humano! Percebi que pessoas que nunca nos viram e talvez nunca nos verão tem encontros marcados com nossas palavras. Que as vezes somos o único laço com a realidade, com o conforto e a lucidez. Nós sacerdotes e iniciados deveriamos ter muito mais cuidado com nossas palavras...elas tomam cunho de sacralização...a mesma boca que diz "que meu Pai te abençoe" tambem lança maldições sobre o povo. Os africanos sempre conheceram esse poder tanto que algumas palavras eram impronunciáveis pelo seu poder. Existe um pequeno texto do talmude judeu que trata de como os judeus deveriam orar ao acordar... "que nesse dia que começa minhas palavras sejam doces como o mel. Como adubo caiam nos corações e deem frutos...". Quanto conhecimento perdido...

Sindrome de perseguição

Um fenômeno tem me espantado nesses últimos anos entre os sacerdotes africanistas; É a sindrome da perseguição! Acabamos vendo inimigos e demandas em todos os lugares, em todas as visitas, em todos convites recebidos. Gosto muito de filmes, e os de guerra tem minha predileção, as vezes parece que os sacerdotes vivem um pós guerra hollywoodiano, daqueles que o ex-soldado treme com fogos de artifício e pensa nas explosões do campo de batalha. Vivemos tanto tempo em estado de alerta uns contra os outros que tememos a qualquer cumprimento, qualquer gesto de cordialidade. Que pena! Perdemos a noção mais pura, que é a de familia religiosa. Independente de nações, bacias, origens, diferenças de culto, somos irmãos de axé. O povo do axé já tão atacado por falsos moralistas, sectaristas sedentos de um messias cruel e punitivo, ataca-se com mais crueldade ainda que os ataques externos. Nos alegramos com as quedas e dissabores uns dos outros... Isso me lembra uma frase de um padre preso pelos nazistas "no inicio levaram os judeus, mas não eramos judeus e não protestamos...depois levaram os ciganos, mas não eramos ciganos e nos calamos, depois foi a vez dos homossexuais, mas nada fizemos..quando chegou nossa vez de sermos levados não tinha sobrado ninguem pra protestar por nós..."

Meu Testamento

Deixo por meio deste instrumento virtual os meus últimos desejos e disposições... Deixo aos meus filhos e filhas a doçura e o consolo dos Orixás, o amparo que nos Dão nas piores horas, e o peso de ser o melhor pra Eles a cada dia. Deixo as noites acordado na beira da mesa do Ifá, vendo desfilarem vida e morte diante dos olhos, deixo o telefone tocando de madrugada, as noites insones no quarto-de-santo. Deixo a alegria de ver nascer um Orixá e a tristeza de ver o pouco caso do filho. Deixo a tristeza das ingratidões e o mal-estar de ter que repreender a quem se ama. Deixo a agonia de ver os passos errados e não poder evita-los. Deixo a solidão quando tudo vai bem e te esquecem e a solidão quando tudo da errado e te abandonam. Deixo os axés de misericórdia arriados sem saberem e os axés de maledicência tornadas públicas. Deixo as dívidas da fé, e a fé duvidosa de quem te procura... Deixo as manhãs cinzas e as noites escuras...deixo o peso de não ter direitos e somente deveres... E meus filhos, quando se apossarem desse meu legado, talvez entendam o que é ser Pai-de-santo...

Mais uma vez Zero Hora... :(

Parece que o grupo RBS decidiu vincular sempre dados errados sobre nosso culto e ou escolher pessoas erradas pra nos representar. Após episódios como as previsões de final de ano e a "santa pretinha" me deparei hoje com uma matéria no mínimo revoltante assinada por uma senhora sem o minimo conhecimento do que dissertava... O tópico era sobre liberdade religiosa mas no texto lemos coisas tipo "...sacrificios de cães e gatos...", "animais sacrificados sendo torturados..." entre outras sandices de alguem que não conhece nossos rituais e não sabe que não sacrificamos tais animais em nossos ritos, e as aves, cabritos, ovelhas e porcos sacrificados são feitos por sacerdotes que receberam conhecimento para que o sacrificio seja feito indolor e rápido, até porque o sofrimento do animal invalidaria o mesmo... Outra declaração ridicula foi "porque não doam a carne para ser consumida" ...se essa senhora tivesse ido a UMA festa de batuque veria que sempre foi consumida a carne imolada como parte do fundamento....homens e deuses comendo juntos...
Convido essa senhora alienada a visitar casas como a minha e talvez ela se liberte do fardo do preconceito e analfabetismo liturgico no tocante ao africanismo...

A roupa nova do Rei...

Sabem aquele conto infantil da roupa nova do rei? Onde os dois golpistas mentem pro Rei que fizeram uma roupa que só pode ser vista por pessoas inteligentes...e que um menino tem a coragem de gritar o que os sábios do reino não se atreveram ... O rei está nú!!! Pois é, vivemos em um mundo de grandes sábios, com seus conhecimentos dialéticos africanistas, suas aulas de história empírica. Um mundo de "grandes pais de santo" como se houvessem grandes pais de santo e a grandeza não fosse dos Orixás. Pais de santo com sua grandeza medida pelo número de filhos, pelo modelo do carro zerro, por onde passam as férias ou pelo número de elogios recebidos no orkut ou face book! Que falta faz a inocência de criança para gritar em alto e bom som que os Reis estão nús, expondo assim a nossa falta de personalidade e como viramos o popular "maria vai com as outras..."

em breve...

sonho quase realizado. Hoje gravamos o piloto...tuuuuuuudo direitinho. Só falta captar recursos e tocar em frente.

Já ouvi de tudo sobre Cabinda...

Que somos misteriosos, adoradores de eguns, o lado negro do batuque, copiadores de axés dos outros, usurpadores de fundamentos... Só não entendo porque ao invés de nos taxarem tanto e tão errôneamente não tentam nos conhecer sem preconceitos e imagens pré-concebidas. Somos uma nação, e apesar dos "Cleons" da vida, estruturados e com fundamentos prá dar e vender. Quanto aos eguns, os cultuamos sim...com carinho, respeito, e conscientes que sem nossos ancestrais nada seriamos nem saberiamos... Triste a nação que esquece daqueles que vieram antes, que portaram os axés. Quanto a feitiçaria, não somos todos feiticeiros, não vivemos todos com um dos pés no material e outro no espiritual? E viva os feiticeiroa negros, escravos de olhos tristes e sábios, tenham sido gêges, mauís, nagôs ou cabindas...

A lição do Imperador

Um certo imperador romano mantinha ao seu lado um escravo que tinha a única função de dizer repetidamente a seu ouvido : "És velho, feio, gordo e estás morrendo...". Pode parecer estranho e até divertido este fato, mas se analisarmos veremos como era sábio o Imperador. As vezes nossos cargos, nossas posses materiais e até nossos dotes físicos ou mentais criam em nós uma imagem falsa de superioridade. Como precisamos de alguem que nessas horas diga em nosso ouvido que somos velhos, feios, gordos, e acima de tudo HUMANOS, em nada superiores a nossos conterrâneos.

A lenda dos quatro meninos cegos...

Conta a lenda que quatro meninos cegos foram levados a um passeio em um zoológico. Ouvindo outras crianças falarem sobre o elefante ficaram tão curiosos que o tratador do animal deixou-os tocarem o enorme e dócil ser para saberem como ele era. Cada um dos meninos tocou em silêncio o paquiderme e não falaram mais sobre isso... A noite, durante o jantar, o rapaz que os acompanhara quis saber o que tinham achado do animal e um dos meninos disse :
- O elefante é um cano enrrugado e comprido...
- Mentira - disse outro - o elefante é como um pilar... Grosso firme e reto.
- Nada disso - disse outro dos meninos- o elefante é como uma parede enrrugada e ressequida.
- Vocês não sabem de nada - o ultimo deles disse - o elefante é como um grande leque...liso e largo que se move com o vento.
O rapaz que fizera a pergunta se deu conta que os meninos imaginaram o elefante como a parte que tocaram somente...tromba...pata...barriga e orelha. Na vida temos que conhecer todo o elefante que nos apresentam para depois sabermos como ele realmente é. Toda moeda tem dois lados...

A quem enganamos ?

Quando tiramos proveito da ingenuidade dos outros nos colocamos em um universo paradoxal. Para muitos que tomam conhecimento de nossos atos somos espertos, verdadeiros gênios da trapaça e dissimulação, mas para as pessoas de bom senso somos apenas infelizes criaturas, que por um lucro efêmero e parco trocamos valores muito mais elevados como respeito, consideração, carinho e honra. Devemos tratar os outros sempre como queremos que nos tratem, e pessoas que utilizam-se de má fé entre seus iguais acabam desacreditadas, esquecidas por aqueles que um dia nutriram algum sentimento bom por elas. Muitos temem a morte fisica, porém eu, pessoalmente, temo a morte afetiva. Não existe algo mais triste que alguem morrer afetivamente, ser sepultado de nosso carinho e preocupação, se decompor no limbo do esquecimento, e mais triste ainda quando noa suicidamos afetivamente, causamos nossa própria morte neste campo... E tudo isso por 150 moedas de prata...nossos Judas do século XXI...

Dias ruins, dias bons...mas sempre novos dias...

Nesses anos de aconselhamento espiritual como sacerdote africanista me deparei com várias situações, mas creio que as mais tristes e revoltantes são quando vemos pessoas vitimas dos mercenários do axé...cabeças trocadas, conhecimento nulo ou equivocado e uma grande sensação de tempo perdido! Sei, ou melhor, imagino que deve ser ruim demais você descobrir de uma hora prá outra que todos teus valores, mesmo os absolutos, são equivocados, e que a única solução é recomeçar...iniciar do marco zero. Sei também que essas pessoas devem se achar acima de qualquer outra coisa, traídas em sua fé, sua devoção. Porém como o titulo deste post diz, mesmo que os dias hoje sejam ruins, que bom que ainda existem dias, dias de recomeçar, de reedificar os altares de nossa África interior, dias de recontruir baluartes de fé e credo nos maiores injustiçados em tudo isso, que são nossos maravilhosos Orixás cultuados... Não desanime...

Convite para Yemanjá

Convite

Dia 12 de fevereiro estaremos indo a praia de Cassino para a homenagem a essa grande mãe Yemanjá. Se você pretende ir conosco deixe aqui seu email ou telefone que faremos contato, ou ligue 9108-2396

Programa "Povo do axé" FM

Olha só, como bom filho de Lodê fico remoendo meus sonhos sem abandona-los. A muito tempo queria um espaço numa rádio mas não qualquer rádio nem qualquer espaço. Queria primeiro uma rádio FM...porque? Porque a FM abrange uma fatia jovem da população, aqueles que ainda não foram contaminados pelo mofo do cinismo. Segundo, queriamos um espaço onde não se tocasse somente rezas e pontos e se desse calendários de terreiras, mas sim onde pudessemos fazer mesas redondas, debates, falar sobre nossa história, nossas raizes, onde pudessemos inclusive prestar serviços sociais.. Pois bem...acho que a hora chegou...vem ai "Povo do axé"

Religião = religare = religar

Religião vem do latim "religare", ou seja, religar. Religar o homem aos deuses, ao supernatural, mas tambem religar esse homem a sua vida social, economica, emocional e politica. Agora me deparei com uma declaração da mãe de santo que nos representa na série "sagrado" da globo dizendo que não acredita que é papel da religião a educação sexual, discordo plenamente disso. Vivemos em uma comunidade pobre material e culturalmente, onde adolescentes caem na atividade sexual inconsequentemente e é papel sim da religião religar essas pessoas a uma vida sexual responsável e segura. Cumprimos o papel de familia, e como familia é nosso dever toda gama de inserção responsável ao mundo que vivemos...

Labirintite espiritual

Sabe aquela doença? Labirintite? Dentro do ouvido algo fica errado e você perde o equilibrio... Descobri que muitas pessoas sofrem de Labirintite espiritual, que se manifesta de algumas formas bem interessantes. Uma delas é a falta de noção do que interessa espiritualmente, do que te faz bem. O portador dessa doença, mesmo estando em uma casa séria, onde consegue realizar o que quer, onde tem suas mazelas tratadas, perde o equilibrio e busca outras casas conhecidas pelo comércio e sem-vergonhice espiritual....nelas, tropeça, cambaleia, cai, e sem a minima noção de seu desiquilibrio ainda cobra da casa de origem por seus machucados de quedas.
Outra manifestação dessa doença é a tendência de valorizarmos somente uma das linhas...nos esquecemos que no mundo espiritual cada linha trm sua função, sua área de atuação. Passam a só aparecer na tua casa quando tem Exú, amam exú, e esquecem que o caboclo é quem vai curar suas mazelas, que o cosme é quem trás alegria, o preto-velho é quem desmancha os feitiços, e por ai vai.
Por fim. A sindrome do "eu que sei"...casa nenhuma presta, pai-de-santo nenhum é bom o suficiente pra mim, bom mesmo é o fulano...pessoas que já passaram por dez casas, foram dadas prá dez Orixás, e falando com elas você ouve o famoso... "eu sei tudo da religião"...
Coitados desses doentes espirituais que vivem entre nós...nem se dão conta da suas doenças...e o pior é que é contagioso.

Qik - Salao by Milton do Lodê

RBS. Pais de santo e Ronaldinho

Pois é, esse final de 2010, inicio de 2011 o grupo RBS se superou...o Babalorixá entrevistado com carteirinha e tudo...dizendo que a regente do ano é a "santa pretinha"...o cumulo de estarmos em um estado com predominância do batuque e POA entrevistar Paulinho do Xoroque, de candomblé, que ainda prá piorar, fazendo coro a distinta Marli do Bará de Rio Grande, yalorixá que em conversa comigo não sabia nem de que nação era, afirmaram que Ronaldinho Gaúcho vinha pro Grêmio. Cabem algumas perguntas tipo... O RS não tem pessoas sérias do batuque pra serem ouvidas? A RBS tá de sacanagem? O Grêmio foi vendido pro Flamengo? Acorda povo do axé e vamos exigir dos meios de comunicação mais seriedade com nosso povo.

Transitoriedade de nossas vidas

Praça Tamandaré, ônibus lotado...não tem melhor lugar prá se pensar na transitoriedade de nossas vidas, no perde-ganha diário, no choro e riso se alternando todo o tempo...tem um ponto da quimbanda que me fascina "a corrente de ferro é resistente na terra e no fundo do mar ela vira poeira..." somos exatamente isso...correntes de ferro nesta vida, inabaláveis, cheios de nossa vaidade e egocentrismo, mas no fundo do mar da existência, somos apenas e somente poeira, poeira na existência, que passa desapercebida e carregada pelo vento do dia-a-dia dos que ficam nesse plano... É amigo Toniquinho das almas, tens razão meu velho´somos todos POEIRA!

Aniversário da Bibi

Ontem a Bibi, filha da Cris da Ademum, minha filha, comemorou 15 anos... Festa linda, farta, como não poderia ser diferente uma festa jovem, com sons e ritmos um pouco avessos a velhos como eu, mas tenho certeza de que todos sairam satisfeitos e felizes. Porem hoje, depois da ressaca de ontem, estava fazendo uma analogia entre a festa da Bibi e a festa da vida... Como na da Bibi pra que os convidados se divirtam é nescessário o trabalho árduo e estafante..as horas preparando tudo a ser servido...trabalho que ninguem vê, ninguem nota...porem fundamental... Parabens Bibi... Parabens Cris...parabens por mais uma lição de vida.

Pequenas coisas?

Sabe quando a gente da valor a uma casa nova...um carro...aquele laptop importado? Não que isso seja ruim mas atualmente passei a dar valor a coisas aparentemente simples...por-de-sol...andar na praia...vento no rosto...pracinha de interior com crianças brincando na volto...sol abrindo no céu depois de uma pancada de chuva. Como nosso mundo seria diferente se refizessemos nossos caminhos e valores... Uma macieira só é uma maciera quando gera maçãs...

Espiando a Caixa de Pandora

Lembram da caixa de Pandora? Alenda nos diz que quem espiasse dentro dela poderia ver desde a localização de riquezas imensas ou o próprio final do nosso mundo. Abrimos a caixa de Pandora do Batuque quando vimos nos nossos salões homens vestidos de mulher e vice-versa, quando assistimos a venda indiscriminada dos axés para pessoas sem a minima familiarização com nossos fundamentos, como se vendessemos uma camisa, ou ou perfume, quando assistimos o desprezo e pouco caso com que são tratados Orixás que montam filhos humildes, pobres e sem glamour. Abrimos a caixa de Pandora, e agora inevitávelmente assistiremos ao fim de nosso mundo religioso, mais dia menos dia. Lembrem-se disso quando assistirem a maioria de nós sem saber bater um amalá, tirar uma reza, um ecó. Lembrem com saudade o tempo em que cultuávamos o verdadeiro fundamento e os reais Deuses Africanos e não nossas próprias vaidades e comércios. Que venham as máquinas depenadoras de galinhas, que venham os Pais e Mães de santo fazendo sexo com seus filhos, ejaculando em cima de seus próprios axés...Que venham, porque ainda alguns estarão na resistência, tratados como fanáticos, antiquados, retrógrados, mas cultuando o bom e antigo axé.

Oxum, regente do ano de 2011

Ano da dona das cachoeiras, senhora das águas doces. Oxum tem na África um rio com seu nome, e a sua semelhança, aparentemente tranquilo, porém turbulento e caudaloso em suas águas subterrâneas. Oxum é a mulher do agora! Dona da fartura e prosperidade, felicidade amorosa, mas também a senhora do imediato. De seu adjuntó com Xangô Oxum tráz a justiça e a pena. Ano perigoso!!! Nossos méritos e deméritos serão compensados rapidamente. Ou seja, aquilo que fazemos de bom, Oxum tráz em seu ano a recompensa quase imediata, porém aos maus atos, a recompensa se dá também com brevidade. Ora yeyeu Senhora, que teu ano nos seja leve.

Resoluções de final de ano...

Estava lendo um dos post antigos daqui, do final do ano de 2009, onde eu me queixava dos aproveitadores do axé, aqueles que chegam a tua casa cheios de problemas, conseguem o que querem e somem, sem ter gasto nada, e como se tivessemos obrigação em servi-los. Na época prometia a mim mesmo em 2010 ser mais enérgico, cobrar o axé a todos, não me doar tanto...Pois bém, chegamos em 2011 com os aproveitadores de axé o o bobo aqui...tudo igual no Reino de Oz...

Pessoas crescem, não incham...

Que bom ver as pessoas crescerem ao invés de incharem...Cristiane de Oxum Ademum é um desses gratos exemplos. Sabe aquelas pessoas que crescem dia-a-dia, a olhos vistos? Pois é... Pena que as vezes a correria da função, a ansia de acertar em tudo, as preocupações e as malas que temos de carregar no sacerdócio nos ocupem tanto tempo que temos de nos policiar para não só apontar os erros mas também, e principalmente, ver e comentar a melhora. Minha filha debochada, brava, que bate de bolsa nas pessoas na fila da CEAT (rsrsrs)se saiu melhor que a encomenda...

Verdades absolutas?

Hoje, em uma conversa nas comunidades, fui levado a refletir de novo sobre verdades... Já teve tempos em que minha arrogância não me permitia perceber que não existe a verdade absoluta, tem a minha verdade e a dos outros, e geralmente cada um de nós carrega uma parte da verdade total. Uns fazem acarajé no processador, outros na pedra, talvez até existam os que comprar o mesmo pronto...e dai? Cada um carrega a sua verdade, só temos é que entender isso e nos aceitar uns aos outros, com suas diferenças? Sim. Afinal somos humanos, pensamos, aprendemos e agimos diferentes uns dos outros. Então seja na pedra, no processador, liquidificador...o que importa .e que o acarajé seja feito...e que me convidem!