sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sindrome de perseguição

Um fenômeno tem me espantado nesses últimos anos entre os sacerdotes africanistas; É a sindrome da perseguição! Acabamos vendo inimigos e demandas em todos os lugares, em todas as visitas, em todos convites recebidos. Gosto muito de filmes, e os de guerra tem minha predileção, as vezes parece que os sacerdotes vivem um pós guerra hollywoodiano, daqueles que o ex-soldado treme com fogos de artifício e pensa nas explosões do campo de batalha. Vivemos tanto tempo em estado de alerta uns contra os outros que tememos a qualquer cumprimento, qualquer gesto de cordialidade. Que pena! Perdemos a noção mais pura, que é a de familia religiosa. Independente de nações, bacias, origens, diferenças de culto, somos irmãos de axé. O povo do axé já tão atacado por falsos moralistas, sectaristas sedentos de um messias cruel e punitivo, ataca-se com mais crueldade ainda que os ataques externos. Nos alegramos com as quedas e dissabores uns dos outros... Isso me lembra uma frase de um padre preso pelos nazistas "no inicio levaram os judeus, mas não eramos judeus e não protestamos...depois levaram os ciganos, mas não eramos ciganos e nos calamos, depois foi a vez dos homossexuais, mas nada fizemos..quando chegou nossa vez de sermos levados não tinha sobrado ninguem pra protestar por nós..."

Um comentário:

  1. E digo mais irmão Milton, Isto é o reflexo desta nossa predileção em implodir nossa própria casa. O que existe hoje é a vontade de impor-se ao irmão de santo, esta eterna demanda que nos despedaça igual a um câncer e que impõe este estado de alerta que você fala. O dia em que olharmos a todos realmente como irmãos que somos, as coisas mudarão e até seremos vistos externamente com outros olhos.
    Grande AXÉ para você meu irmão!

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